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Aparecida sai na frente com material focado na aprendizagem do aluno na Matemática


Município adquiriu material complementar para os professores da rede trabalharem com a disciplina na sala de aula.

Considerado por muitos estudantes como um “bicho papão”, a Matemática está perto de provocar outra impressão na rede municipal de ensino de Aparecida de Goiânia. O município, com a iniciativa de fortalecer o processo de aprendizagem dos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, adquiriu um material complementar para os professores da rede trabalharem com a disciplina na sala de aula.

A Coleção Aprendizagem em Ação – Oficina da Matemática, elaborada pela Sertões Editora, tem a proposta de desenvolver as habilidades essenciais dos alunos na Matemática. Ela é organizada em oficinas interativas e exercícios na forma de itens, que exploram as habilidades de forma progressiva quanto ao nível de dificuldade.

Formação de Professores

Nesta semana, cerca de 300 professores da rede municipal de ensino de Aparecida de Goiânia e coordenadores pedagógicos tiveram dois dias de formação com a professora Fabiana Ubriaco, mestra em educação e criadora do método. Fabiana explicou a metodologia aos professores e como ele pode ser utilizado na sala de aula como material de apoio, para ajudar os alunos a avançarem na proficiência em Matemática.

Para a secretária de Educação de Aparecida de Goiânia, Valéria Pettersen, a coleção vem ao encontro das necessidades da rede municipal de ensino. “Queremos facilitar o trabalho do professor, que tem uma rotina puxada. É um material diferenciado, que traz uma proposta envolvente para tirar a ideia de que a Matemática é um bicho papão”, afirmou.

Valéria acredita que a metodologia contribuirá para que Aparecida de Goiânia melhore os índices educacionais. “Não é só o índice pelo índice, mas o índice em função da habilidade dos nossos alunos”.

A preocupação da secretaria é baseada nos resultados da Prova Brasil 2017, que calcula a proporção de alunos com aprendizado adequado à sua etapa escolar. Os índices mostraram que apenas 33% dos alunos do 5º ano aprenderam o adequado na Matemática, na competência de resolução de problemas.

No 9º ano a situação acende o alerta vermelho, já que apenas 8% dos alunos do 9º ano aprenderam o adequado — 29 de 380 alunos. A meta do movimento Todos Pela Educação é que 70% dos alunos devem aprender o adequado até 2022.

Desafio na sala de aula

O desafio de buscar a excelência nos resultados, com o novo material, deixou os professores animados. Professora há 15 anos da rede municipal, Ângela Maria Rodrigues afirma que não é fácil prender a atenção dos alunos na disciplina. Fatores externos e internos refletem no aprendizado de cada um, e o papel do professor é apresentar atividades contextualizadas com o dia a dia do estudante.

“Na sala de aula eu sempre levo um material de apoio, como panfletos de supermercados, de farmácias, além de jogos interativos para os alunos aprenderem Matemática”. Com os cadernos da coleção, a professora espera criar mais condições no processo de desenvolvimento das habilidades das crianças e adolescentes.

Desenvolver habilidades para avançar na vida escolar

Segundo, Paulo Faria, do conselho editorial da Sertões Editora, a coleção provoca o desenvolvimento de habilidades que vão dando ao estudante uma condição cada vez mais autônoma para a conquista de sucesso na sua vida escolar, e no seu futuro profissional e na sua vida pessoal: “Sob a coordenação da professora Fabiana a gente desenvolveu uma metodologia que promove, pela prática das oficinas, um desenvolvimento constante e crescente, que, à medida em que avança, torna o aluno cada vez mais sujeito de sua própria história. As boas notas no Ideb virão como consequência disso”, conclui.

Fabiana Ubriaco explica que o foco do material não é apresentar uma bateria de exercícios para os alunos, e sim ajudá-lo no percurso da aprendizagem com a progressão horizontal das habilidades. “É um conteúdo pensado para o professor e para o aluno. Geralmente o estudante não consegue percorrer esse percurso importante da disciplina.

Queremos preencher essa lacuna e caberá ao professor administrar o material da forma que achar melhor, a partir da situação e realidade que ele encontrar em cada aluno”, pontuou.

Os professores também ganham com o uso do material da coleção aprendizagem em ação. A metodologia impõe um sistema de avaliação na forma de itens, que é o mais avançado modelo de avaliação na educação, hoje utilizado pelo governo Federal para chegar aos resultados, por exemplo, do Enem e do Ideb. Trabalhando com a coleção os professores se tornam profissionais conhecedores e preparados para utilizar esta forma de avaliação na rotina escolar.

Conteúdo alinhado com a Base Nacional Curricular

A Coleção Aprendizagem em Ação – Oficina da Matemática possui outro diferencial: ela está alinhada à Base Nacional Comum Curricular, a BNCC. A base tem o objetivo de promover a igualdade da grade curricular brasileira, garantindo aos alunos acesso ao mesmo conteúdo em toda e qualquer escola do país.

Assim como a proposta da BNCC, o material complementar deixa o aluno sempre no centro da aprendizagem, desenvolvendo habilidades de raciocínio, argumentação e posicionamento a cada questão apresentada dentro e fora da escola.

A coleção está organizada em grupos de oficinas para duas etapas da educação, a etapa I (para 4º, 5º, e 6º anos do Ensino Fundamental), e etapa II (para 7º, 8º, e 9º anos do Ensino Fundamental, e 1º ano do Ensino Médio).

Somada a outras práticas nas políticas pedagógicas, o conteúdo vem sendo usado por prefeituras do país, como Benevides (PA) e Morrinhos (GO). As duas cidades tiveram ótimos resultados no Ideb 2017 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e no Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), após adotarem o método de apoio nas aulas da Matemática.

Benevides alcançou 6,2 nos anos iniciais (1º ao 5º ano), e ficou acima da meta municipal (4,9), da meta nacional (6,0) e da média estadual (4,7). No Saeb, houve a redução de 41,9% no quantitativo de alunos, nos anos iniciais, que estavam nos níveis de 0 a 3, considerados insuficientes. O índice de alunos nos níveis 7 a 9 passou para 17% — em 2015 eram apenas 6%.

Morrinhos alçou o lugar de Superdestaque Nacional, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com a utilização das oficinas. A média subiu de 5,5, em 2015, para 6,7 — um crescimento de 22%, superando a média estadual, de 6,1%, e a nacional, de 5,8. Superdestaque Nacional é uma nota acima de 6, e Destaque Nacional, a nota é acima de 5.

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